POLÍTICA

“O caos é grande”: vereadores intensificam críticas à Copel pelas quedas de energia

Falhas acontecem quase diariamente, com prejuízos ao campo e cidade

Mal. Cândido Rondon
legislativo | 19/03/2024 13h58

Subestação da Copel em Marechal Cândido Rondon (Foto: Divulgação )

As frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica por parte da Copel, que ocorrem há bastante tempo e que se intensificaram nos últimos meses, dominaram os debates na sessão de segunda-feira (18) do Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon. Isso porque, além dos transtornos, as falhas têm causado prejuízos financeiros às famílias na cidade e, principalmente, no campo.

Conforme anunciou o vereador Carlinhos Silva, na última semana em uma propriedade rural na Linha Baitaca, 25 mil frangos que estavam prontos para serem encaminhados para o abate, morreram em decorrência de queda de energia necessária para o funcionamento do aviário.

Já o vereador Cristiano Metzner (Suko) disse ter recebido informações de que, somente neste final de semana, funcionários da Copel no município atenderam mais de 100 chamadas da população. O motivo: problemas no fornecimento de energia elétrica.

“O caos é grande”, desabafou Suko.

O vereador Dorivaldo Kist (Neco), relatou que as falhas também têm afetado a região do distrito de Porto Mendes.

O debate amplo sobre o problema na sessão desta segunda-feira (18) foi motivado por requerimento do vereador Cleiton Freitag (Gordinho do Suco), que cobrou explicações da Copel sobre o corte no fornecimento de energia no bairro Boa Vista.

“A gente sabe que a Copel foi vendida e que o serviço está cada vez pior. Temos cobrado muito a Copel, mas não adianta. A situação se repete em outros municípios. Quem vai arcar com os prejuízos?”, questionou Gordinho do Suco.

Embora seja defensor da privatização da Copel, o vereador João Eduardo dos Santos (Juca) afirmou que a concessionária que agora presta o serviço público tem a obrigação de resolver a situação.

O vereador Arion Nasihgil, disse que tem recebido reclamações diárias da população e que, uma das consequências diretas da falta de energia elétrica, é a interrupção do fornecimento de água, como ocorreu no último final de semana em diversas regiões da cidade.

O que fazer para mudar essa realidade? Este foi o questionamento apresentado pelo vereador Dionir Briesch (Sargento Dionir).

Segundo ele, nos últimos três anos, a atual legislatura encaminhou diversos ofícios à Copel, mas que não surtiram nenhum efeito prático. “Os papéis são guardados na gaveta e nada acontece”, resumiu.

Uma das sugestões apresentadas pelo Sargento Dionir é a realização de audiência pública envolvendo os Poderes Executivo e Legislativo, a sociedade organizada de Marechal Cândido Rondon e a população em geral, para somar forças e cobrar das autoridades estaduais que ajudem a forçar a Copel a fazer os investimentos necessários para solucionar definitivamente o problema.

Assembleia Legislativa

Ontem, o mesmo tema também teve repercussões na Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, onde ocorreu audiência pública que esclareceu que os problemas de falta de energia têm ocorrido em todo o Estado.

Documento resultante deste encontro será enviado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a outros órgãos de controle como Ministério Público Federal, (MPF), Ministério Público Estadual (MP-PR) e para o Tribunal de Contas (TCE-PR), para um levantamento dos investimentos realizados pela Copel para melhoria da qualidade.

“Faremos denúncia à Aneel e notificaremos o MP-PR para intermediar uma reunião com a Copel, porque temos direito a uma resposta”, informou a deputada Luciana Rafagnin, ao lamentar a ausência de representantes da empresa durante a audiência pública.

“É um descaso com os paranaenses e com a Assembleia Legislativa. A ausência da Copel aqui é um sinal do lado que ela está”, reforçou o deputado Arilson Chiorato.

 

Com informações de Câmara de Vereadores


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