COTIDIANO

Perícia vai coletar sangue das famílias das vítimas de acidente aéreo com 61 mortos para acelerar identificação

Informação foi confirmada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior. Rondonense é um dos mortos

Mal. Cândido Rondon, Acidente aéreo - Cascavel/Guarulhos
Acidente aéreo em Vinhedo | 10/08/2024 02h04

As polícias científicas de São Paulo e do Paraná vão fazer a coleta de sangue das famílias das vítimas de um acidente aéreo com 61 mortes em Vinhedo (SP), na tarde desta sexta-feira (9). O avião saiu de Cascavel (PR) e tinha Guarulhos (SP) como destino. Não houve sobreviventes.

A informação da coleta de sangue de familiares das vítimas foi confirmada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), durante uma entrevista coletiva na noite desta sexta, no local do acidente. A medida é, segundo o político, para acelerar a identificação dos corpos.

"Nós já começamos a fazer essa coleta sangue dos familiares. A coleta é justamente já ir adiantando o trabalho", disse Ratinho Júnior.

Estrutura do IML e apoio psicológico

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também falou com a imprensa na noite desta sexta em Vinhedo e confirmou que disponibilizou a estrutura do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo para remover os corpos e fazer a identificação. "Temos mais condições de fazer exames de arcada dentária, DNA, para acelerar isso o quanto antes", disse.

O governador ainda afirmou que vai oferecer apoio de psicólogos e assistentes sociais para os familiares das vítimas - a maioria do Paraná - que viajarem a São Paulo para aguardar a identificação.

Meteorologia

Meteorologistas apontaram "áreas de instabilidade" e 35% de formação de gelo nas proximidades do local onde um avião com 61 pessoas a bordo caiu, na tarde desta sexta-feira (9).

De acordo com o Climatempo, no momento exato em que a aeronave estava fazendo a aproximação havia um "forte vento" de cauda - o que aumenta a velocidade do avião em relação ao solo.

"Estimativas de modelos meteorológicos indicam temperaturas entre -9° a -11° C na altura correspondente a 500hPa na região de Vinhedo por volta das 13h local", disse o órgão.

Formação de gelo

Especialistas em segurança de voo avaliam que a formação de gelo sobre as asas pode ser uma das hipóteses a ser investigada no acidente com o avião turboélice que caiu em Vinhedo (SP).

Apesar disso, todos são unânimes em afirmar que não existe um fator único que cause um acidente e que ainda é prematuro tirar conclusões a partir dos vídeos ou das informações divulgadas.

O piloto Pedro Santos, que voou de São Paulo para Ribeirão Preto também na tarde desta sexta-feira, afirmou que, depois de decolar, havia previsão de gelo quando atingissem as velocidades de 15 mil pés e 25 mil pés e, quando chegou a esses níveis, começou a se deparar com uma formação de gelo na asa.

"Dependendo da quantidade de gelo que se forma na asa a gente precisa fazer uma descida de emergência para encontrar uma temperatura positiva e gerar o derretimento daquele gelo. No nosso caso, a gente conseguiu livrar esses níveis de gelo rapidamente", afirmou o comandante ao jornalista Rodrigo Bocardi na Globonews, na tarde desta sexta-feira.

A queda

A aeronave com 57 passageiros e quatro tripulantes saiu de Cascavel (PR) com sentido a Guarulhos (SP) e caiu no quintal da residência dentro de um condomínio no bairro Capela. Não houve sobreviventes.

O secretário de Segurança de Vinhedo, Osmir Cruz, já havia confirmado que o avião caiu no quintal da casa e que os moradores haviam escapado ilesos.

O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo enviou cinco veículos a Vinhedo (SP), para auxiliar na remoção das vítimas.

O porta-voz da Polícia Militar, coronel Emerson Massera, deu detalhes sobre o trabalho de resgate que será feito no local, que fica dentro de um condomínio. De acordo com o coronel, o trabalho de identificação dos corpos e liberação da área para perícia será difícil por uma junção de fatores.

"Não vai ser uma tarefa muito fácil. Existe ainda a preocupação, tanto com a avaliação das causas do acidente, como a localização dos corpos. Então, é um trabalho que, infelizmente, pela nossa visualização ali, não há sobreviventes. Então, a partir do momento que não há sobreviventes, não há motivo também para pressa. Agora, o importante é a qualidade dos trabalhos", disse o coronel.

No entanto, segundo Massera, há uma corrida contra o tempo para poder liberar o acesso local dos moradores do condomínio. O policial militar ainda informou que a baixa luminosidade do período noturno não deve impedir que os trabalhos sejam realizados.

"Acho que a nossa preocupação maior era debelar as chamas. O incêndio está controlado. Agora, o nosso foco é a efetiva liberação do local para o trabalho de perícia. E imagino eu que dure bastante tempo", completou.

Trabalho complexo

O porta-voz afirmou, em entrevista no local do acidente, que a previsão é que o trabalho seja muito complexo pela quantidade de vítimas. De acordo com ele, o Instituto Médico Legal (IML) de Campinas tem capacidade para receber todos os corpos, mas o IML vai dar apoio.

'Situação de tragédia'

O comandante-geral da Polícia Militar, Cássio Araújo de Freitas, disse que, ao chegar no local da queda do avião e ver os corpos, observou um "cenário de tragédia".

"Uma situação muito triste, você chegar num ambiente aparentemente pequeno e saber que tem uma aeronave com tantas pessoas ali", disse.

Segundo a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, trata-se de um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72.

"A VOEPASS acionou todos os meios para apoiar os envolvidos. Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo", informou a Voepass.

A Força Aérea Brasileira informou que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Cenipa, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a "Ação Inicial da ocorrência".

Segundo o governo de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, que estava em Vitória (ES) para reuniões do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), "está retornando para o estado de São Paulo e vai para o município de Vinhedo acompanhar os trabalhos das equipes".

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Nota FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionada para atuar na ocorrência da queda da aeronave da Passaredo, de matrícula PTB 2283, registrada na tarde desta sexta-feira (09/08), em Vinhedo (SP).

Investigadores do CENIPA e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência.

Nota companhia aérea

A VOEPASS Linhas Aéreas informa a ocorrência de um acidente envolvendo o voo 2283- avião PS - VPB, nesta terça-feira, dia 09 de agosto, na região de Vinhedo/SP. A aeronave decolou de Cascavel/PR com destino ao Aeroporto de Guarulhos, com 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo.

A VOEPASS acionou todos os meios para apoiar os envolvidos. Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo.

A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores.

Nota aeroporto de Cascavel

A gestão do Aeroporto Regional de Cascavel informa que aguarda informações da companhia aérea Passaredo que, no momento, é o único órgão que detém informações oficiais.

Uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas.

A aeronave que saiu do Aeroporto Regional de Cascavel com destino a Guarulhos, caiu cidade de Vinhedo, São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).

 

 

Com informações de G1


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