COTIDIANO
Governador participa da inauguração de PCH capaz de atender 75 mil residências
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Tito fica em Clevelândia, no Sudoeste do Paraná, às margens do Rio Chopim, e tem capacidade de 30 Megawatts. Unidade gerou 185 empregos diretos e outros 80 indiretos e contou com fornecedores do próprio Paraná e de Santa Catarina
Paraná
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14/12/2024 09h36
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (13) da inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Tito, em Clevelândia, na região Sudoeste do Paraná. A unidade, que fica às margens do Rio Chopim, tem capacidade instalada de 30 Megawatts, que é suficiente para atender cerca de 75 mil residências.
A PCH Tito é fruto de um investimento privado de cerca de R$ 240 milhões feito pela família Carraro, que também atua na região na produção de papel. Entre obras e operação da central, foram gerados 185 empregos diretos e outros 80 indiretos. O empreendimento contou como fornecedores brasileiros, principalmente do próprio Paraná e de Santa Catarina.
Para Ratinho Junior, a nova unidade reforça o papel do Paraná como o principal gerador de energia do Brasil, sendo quase a sua totalidade de fontes limpas e renováveis. “O Paraná produz 18% de toda a energia gerada no país, sendo que 98% dela é de fontes limpas e renováveis como o caso da PCH Tito”, afirmou o governador.
“Infelizmente, por questões ideológicas ou por desconhecimento técnico, o Paraná licenciou apenas 12 PCHs nos 16 anos anteriores à nossa gestão. A partir de 2019, passamos a olhar o setor com um critério técnico, aproveitando um grande ativo do estado que são os seus rios, e já emitidos 90 licenciamentos entre licenças prévias, de instalação e operação, o que configura o maior programa de incentivo à energia limpa do Brasil”, acrescentou Ratinho Junior.
Na avaliação da prefeita de Clevelândia, Rafaela Losi, a construção de novas usinas hidrelétricas funciona como um estímulo econômico ao município e toda a região Sudoeste do estado. “Clevelândia é uma cidade que já tinha outras usinas, mas com o incentivo do governador Ratinho Junior isso tem se multiplicado, o que tem impulsionado a nossa economia com a geração de novos empregos, atração de novas empresas e aumento da renda média da população”, disse.
Segundo um dos sócios-proprietários e diretor da PCH Tito, Alisson Carraro, o projeto foi iniciado há 14 anos, mas avançou de fato apenas a partir dos novos incentivos da atual gestão estadual. “Essa área já era nossa e havia um estudo da Copel anterior que comprovava a viabilidade do empreendimento. Começamos a mexer no projeto em 2010, mas foram as políticas do governo Ratinho Junior que nos deram esperança de viabilizá-lo. Em 2021 obtivemos a licença de instalação junto ao Instituto Água e Terra (IAT) e, em janeiro de 2022, começamos a obra”, relatou.
Meio ambiente
A PCH também colabora com o desenvolvimento sustentável da região. Com a central, os municípios de Clevelândia e Honório Serpa passam a ter mais segurança energética para receber indústrias, por exemplo, preservando o meio ambiente. Mais do que isso, a energia produzida na PCH Tito pode abastecer todo o território brasileiro por meio da sua integração à rede do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS).
A construção da unidade demandou a supressão de uma área de 47 hectares, mas como medida mitigatória o empreendimento reservou uma área de 240 hectares para preservação permanente. Para isso, foram criados corredores ecológicos ao longo do Rio Chopim, de cerca de 100 metros para a margem em Clevelândia e de 80 metros para a margem de Honório Serpa.
De acordo com Carraro, o projeto também resgatou 14 mil animais na área e plantou 270 mil mudas nativas na região. “Além de ser uma produção energética que não polui nada, ainda estamos ajudando na preservação do meio ambiente, com a recuperação da flora e da fauna nativas”, contou o sócio-proprietário.
“As PCHs passam por um processo rigoroso de licenciamento. Todo o trabalho de implementação de um projeto é feito com respeito absoluto à fauna e com total comunicação com a população da região”, afirmou o presidente do conselho da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Pedro Dias.
A construção da usina também serviu de estímulo à economia local. Além dos empregos gerados na região, que movimentou a renda dos municípios do entorno, todo o material usado na produção da PCH é de origem nacional.
Para incentivar a instalação de novos empreendimentos deste tipo no Paraná, o Governo do Estado reduziu a burocracia envolvida para a liberação das PCHs, que passaram a ter uma nova dinâmica para emissão de licenciamento ambiental. Com isso, o prazo médio de liberação passou de 814 dias, em 2020, para apenas 60 dias.
Entre PCHs já em operação e em construção, o Paraná tem 47 unidades, com uma capacidade de produção energética que chega a mais de 600 Megawatts, o suficiente para abastecer toda a população de Londrina e Maringá com folga.
O secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, enfatizou que o poder executivo estadual continua comprometido com a análise célere de licenciamentos destes empreendimentos. “Esse processo se tornou uma política de gestão ambiental para apoiar os empreendedores, para que eles possam utilizar o patrimônio natural do Paraná, para se reverter em qualidade de vida ao paranaense”, destacou.
Características
As Pequenas Centrais Hidrelétricas são unidades de geração de energia de pequeno porte que, de acordo com a legislação brasileira, variam entre uma potência igual ou superior a 5 MW e igual ou inferior a 30 MW. Na comparação com as centrais hidrelétricas de grande porte, as PCHs têm um potencial de impacto menor ao meio ambiente e podem demandar estruturas menores para a transmissão de energia.
As centrais têm uma das menores pegadas de carbono entre todas as formas de geração de energia existentes e não sofrem com intermitência na produção de energia, o que garante sustentabilidade e segurança às regiões que atendem.
Entre as vantagens das PCHs no aspecto ambiental, estão a contribuição para a limpeza dos rios por meio da remoção do lixo flutuante, a proteção das margens dos rios contra erosão e a possibilidade do reaproveitamento da água para múltiplas finalidades, como irrigação, piscicultura, lazer, entre outros.
Presenças
Também participaram da inauguração o vice-governador Darci Piana; os secretários estaduais do Planejamento, Guto Silva; da Fazenda, Norberto Ortigara, da Agricultura e do Abastecimento, Natalino de Souza; o deputado estadual Luiz Fernando Guerra; o presidente do IAT, José Luiz Scroccaro; e os diretores da PCH Tito Jackson Carraro e Francelo Carraro.
Com informações de Agência Estadual de Notícias