POLÍTICA
Vereadores reprovam requerimento e defendem instalação de campus do IFPR em Marechal Rondon
Para maioria, mais creches e campus do IFPR são prioridades do município
Mal. Cândido Rondon
legislativo |
11/03/2025 12h00
Atualizado em 11/03/2025 17h06
Requerimento de autoria da vereadora Tania Maion – derrubado por 11 votos contra e um a favor – gerou grande debate na sessão de ontem (10), do Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon.
No documento, a vereadora solicitava à administração rondonense que desse prioridade à construção de novas creches para atender a demanda atual e encerrar a fila de espera, pois a falta de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) tem causado dificuldades a muitas famílias.
Mas, o Requerimento 65/2025 causou polêmica, pois ao propor que o governo rondonense priorizasse a construção de creches, Tania Maion sugeriu que, se necessário, a Prefeitura deixasse de doar a área de 50 mil m² para a instalação do campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Marechal Cândido Rondon.
O requerimento foi reprovado por todos os vereadores, com exceção da autora.
O vereador presidente Valdir Sachser (Valdirzinho) votaria apenas em caso de empate.
Defesa dos CMEIs e do IFPR
Durante a sessão, vereadores afirmaram também ser favoráveis à construção de novas creches, mas discordaram que para isso o município precise abrir mão de ter um campus do IFPR.
A doação do terreno é compromisso assumido no último dia 20 pelo prefeito Adriano Backes, durante reunião ocorrida na Câmara de Vereadores com a presença do reitor do IPFR, Adriano Viana Pereira; de lideranças de entidades rondonenses, entre elas a Acimacar, e de representantes dos governos dos municípios da microrregião.
Na ocasião, todos defenderam a importância da implantação desta instituição pública federal, voltada à educação superior, básica e profissional.
Em Marechal Cândido Rondon, a intenção é a criação de cursos gratuitos direcionados aos setores agrícola, industrial e educacional, todos com ampla demanda regional.
De outra parte, está bastante adiantado o processo para a construção de uma nova creche no bairro São Lucas, através de parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal.
Manifestações
A primeira manifestação sobre o requerimento foi feita por Tania Maion. Durante discurso na tribuna, ela afirmou que a administração municipal precisa olhar para as prioridades e sugeriu a construção de CMEIs na área central da cidade, nos bairros Augusto e São Francisco e no distrito de Margarida.
Já ao se referir ao IFPR, criticou o fato de que 50% das vagas existentes serão destinadas a cotistas. Mencionou, ainda, o fato de que muitas vagas seriam ocupadas por estudantes vindos de outras cidades, enquanto as famílias rondonenses continuariam sofrendo com a falta de creches.
O vereador Fernando Nègre rebateu os argumentos da vereadora.
Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Saúde, Bem-Estar Social e Ecologia do Poder Legislativo, que é formada ainda pelos vereadores Juliano Oliveira e Rodrigo Pulga (Verde), Fernando Nègre lembrou que a implantação do campus da IFPR não é um projeto particular, mas um esforço coletivo da sociedade rondonense, encampado principalmente pela Acimacar há mais de uma década.
“A luta pelo IFPR não anula as outras lutas. O compromisso precisa ser sério e eu defendo os CMEIs”, afirmou.
O vereador Welyngton Alves da Rosa (Coronel Welygnton) se somou à ampla defesa da necessidade de ampliar o atendimento das creches municipais, citando requerimento nesse sentido apresentado por ele na sessão de ontem.
“Diminuir a fila é prioridade. Nossas crianças não podem ficar sem o atendimento necessário”, enalteceu para, na sequência, enfatizar a importância do IFPR para Marechal Cândido Rondon.
“Lutarei para que o município ceda esta área. Se nós não brigarmos para instalar o IFPR, outros municípios abrirão a porta e, futuramente, nós estaremos aqui chorando o leite derramado”, assegurou o Coronel Welyngton.
O vereador João Eduardo dos Santos (Juca) foi direto em sua argumentação. “A gente não precisa ser ‘nem-nem’: nenhum nem outro. Eu acho que nós temos que querer as duas coisas. Quantos empregos a universidade vai gerar na nossa economia, quantos aluguéis, quanto de pessoas vamos trazer para nossa cidade? Eu sou contra as cotas, mas estudei em universidade pública sem cota. Qual o problema? Porque uma coisa acontece, a gente vai impedir que os outros 50% dos alunos tenham a oportunidade de estudar na nossa cidade, para ir para outra?”, questionou.
Rafael Heinrich defendeu também a implantação do campus do IFPR. “Todas as instituições de ensino trazem desenvolvimento econômico, educacional, social, de saúde, etc. É isso que nós precisamos e estou também engajado na luta pelos CMEIs”, anunciou Rafael Heinrich ao informar que tem mantido contado com representantes estaduais para a construção de outra creche, além daquela prevista para o bairro São Lucas.
O vereador Iloir de Lima (Padeiro) concluiu a discussão sobre o requerimento. Afirmou ser a favor da construção de mais CMEIs, mas discorda de que para isso seja necessário comprometer a instalação do IFPR: “uma coisa não anula a outra”.
Com informações de Câmara de Vereadores