COTIDIANO

Governador decreta situação de emergência no Paraná por estiagem

Medida tem caráter preventivo e busca ampliar a capacidade de resposta do poder público frente aos impactos da seca

Paraná
estiagem | 23/05/2025 10h34

(Foto: Gilson Abreu/Arquivo AEN )

O governador Ratinho Junior (PSD) decretou, na quinta-feira (22), situação de emergência no Paraná por causa da estiagem que atinge vários municípios desde dezembro do ano passado.

Segundo o governo, a situação afeta o abastecimento de água e preocupa o setor agrícola, especialmente nas regiões Central, Sudoeste e Oeste.

A medida tem caráter preventivo e busca ampliar a capacidade de resposta do poder público frente aos impactos da seca.

O decreto mobiliza todos os órgãos do governo estadual, sob a coordenação da Defesa Civil, para atuarem em ações emergenciais, de reabilitação e reconstrução das áreas afetadas. Há a dispensa de licitação para contratações urgentes de serviços e obras, desde que concluídas em até 180 dias.

Segundo o coordenador estadual da Defesa Civil, o coronel Fernando Schünig, o decreto permite aos municípios a abertura de processos que possam facilitar a vida dos agricultores e da população urbana.

“O decreto possibilita a aplicação de recursos financeiros de forma mais rápida e eficaz, para chegar a essas pessoas atingidas diretamente. Os municípios também podem adotar medidas para minimizar os problemas causados pela estiagem, como acesso a financiamentos de safra, liberação do FGTS, fornecimento de equipamentos e materiais”, completa.

Cenário é monitorado desde 2024

Segundo o governo, o cenário de seca é monitorado desde o fim de 2024. Em abril deste ano, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), apontou o aumento da seca moderada nas regiões Sudoeste e extremo Oeste. As cidades de Pato Branco, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão estão entre as mais afetadas.

Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, explicou que há uma irregularidade nas chuvas desde o verão. Destaca também que as chuvas dos últimos cinco meses não foram bem distribuídas no estado.

“Não há influência de fenômenos de grande escala, como a La Niña, que costuma reduzir drasticamente o volume de chuva. O que temos são efeitos locais, do Paraná e da América do Sul, que têm contribuído para esse cenário”, analisa.

Ele explicou ainda que maio deve encerrar com chuvas abaixo da média histórica e que não há previsão de precipitações significativas nos próximos três meses.

Sanepar alerta para consumo consciente

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informou que acompanha a situação dos mananciais e reforça o apelo pelo uso racional da água.

O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da empresa, Julio Cesar Gonchorosky, explicou que os níveis dos reservatórios vêm caindo desde fevereiro, quando estavam em sua capacidade máxima.

“Hoje os reservatórios estão com 91%, mas a tendência é de que cheguem a menos de 80% em setembro, por conta do tempo mais seco típico do outono e inverno. Por isso o sinal amarelo. O decreto serve para prevenir e alertar a população para a necessidade de economizar e usar racionalmente os recursos hídricos”, afirma.

A Sanepar orienta que a água tratada seja priorizada para alimentação e higiene pessoal.

Com informações de G1 Paraná


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